a João Cabral de Melo Neto
escrever é escravidão
que se vive estranhamente
embrenhando-se na mente
da palavra imensidão
que se vive estranhamente
embrenhando-se na mente
da palavra imensidão
escravo da vida só
vivendo o gosto do pó
escrevo daqui do fundo
do poço interno, profundo
em que jazo, impressentido
na solidão. E destemido
persigo a fera que tocaia
por trás da lua sangrenta
por cima da terra nua
com a sua palavra: faca!
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