quarta-feira, 1 de julho de 2009

alma II


alma querida, fêmea derradeira
que me tentaste o coração errante
deixei-te atrás e voltas sobranceira
e, caso eu deixe, voltarás adiante

se me persegues desde a vida inteira,
tua voz suave a me soar marcante
teu jeito doce teu andar galante
na verde relva tua verde maneira,

teu claro rosto por detras do muro
que a contragosto ergui, guia seguro
a minha mão, meu corpo e meu destino

e confiante no meu desatino,
rendo-me a ti, entrego-te no escuro

eu solidão, eu homem, eu menino

Nenhum comentário:

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.