sábado, 20 de junho de 2009

soneto do amor dormindo


não o desperte agora, amada minha
meu vulto breve dorme a te sonhar
de palmo em palmo mal adivinhado
dorme em teu peito branco de alecrim

dorme em teus olhos nus e te desnuda
dorme em tuas mãos festivas e solenes
dorme em teus pés e dorme em teu umbigo
e dorme em teus pequenos gestos lentos

pois que em ti durmam ossos e cabelos
que te desmanches, pétalas ao ar
ou que suceda em ti meu despertar

que imagens-nuvem tragam meus apelos
ou te observe o sol que se avizinha

não o desperte agora, amada minha

Um comentário:

Lia Balieiro disse...

Acho que temos um vencedor... O mais lindo!

 
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