pro Crispim
na primeira esbarrada, eu encrespei:
- minha mãe não é mascate!
e ele, imortal:
- sua casa deve ter um quintal bem grande, né?
- ué! porquê?
- você deve ter deixado a educação lá no fundo...
a encarada me conquistou
seu nome?
nem tinha idéia
o meu, ele sabia
(ele sempre foi mais sábio,
eu era só mais sabido...)
nossa primeira parceria foi:
Marreco, Antero e Amauri
Tuti, Gonçalves e Eca
Tim, Tidão, Tonho Rosa, Luizinho Rosa e Canhotinho
ele me mostrou o Canhotinho
(um velhote acabado)
(um velhote acabado)
e me apresentou pra ele
compartilhamos Clarice...
eu, vago e superficial
ele, cerimonial
eu alegre, ele sombrio
eu musicava, ele pintava
(a poesia nos unia)
eu me iludia comigo mesmo
ele não acreditava em si
crescemos, mudamos:
eu cowboy, ele chinês
eu na droga, ele na yoga
eu no chute, ele aikidô
eu surtando, ele estudando
eu bebendo, ele cozinhando
chegou a distância...
um dia: Camila!
clareando a casa
trazendo Felipes e Brunos
de cá, Valéria, Flora, Lara e Lia...
envelhecemos
eu perdi os cabelos, ele não...
mas tenho dois quadros na parede
(um é roubado)
e milhares na memória
quando ele foi pintar na Itália eu escrevi um artigo no jornal
o mais legal é que a história não acaba...
2 comentários:
Quis chorar!
(estava sedenta dos teus versos)
bjs-fãs
Nossa! Parece que o tempo passa e volta ao vivo e a cores! Saudade dessa dupla que seu POA me trouxe!
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